Já faz algum tempo que a obesidade infantil é assunto popular. Mas, com tanto falatório sobre os quilos a mais, pouca atenção se dá à questão oposta, que também é preocupante: a magreza considerada excessiva de alguns pequenos e as consequências que ela pode trazer à saúde e ao crescimento. Para começo de conversa, a nutricionista paulista Elaine de Pádua, que é autora do livro “O que tem no prato do seu filho?”, chama a atenção para a importância de se distinguir magreza de desnutrição, já que nem toda criança magrinha é necessariamente desnutrida.

– Antes de afirmar que uma criança precisa ganhar peso, porque não está na faixa esperada em comparação aos amiguinhos da mesma idade, é preciso analisar o seu tipo físico e o da família. Quando a origem é de pessoas de porte pequeno, há boa chance de os filhos serem menores do que a média da faixa etária.

O que pode acontecer também é que alguns pais acham que a criança é muito magra e, por isso, tem algum problema. Mas, a nutricionista esclarece que, se a garotada cresce adequadamente, brinca, corre, pula e tem energia para as atividades escolares, não há com que se preocupar. “A criança pode sofrer de um processo agudo ou crônico de desequilíbrio entre a necessidade e o consumo efetivo de energia e proteína, o que não necessariamente resulta em um caso de desnutrição”, complementa.

Quando confirmado que a magreza é mesmo excessiva e caracteriza um quadro de desnutrição, de fato podem haver consequências drásticas na saúde infantil, afetando o crescimento e o desenvolvimento cognitivo – tanto na infância, quanto na vida adulta. Além disso, a desnutrição pode estar associada a casos de irregularidades na pressão arterial, perfil lipídico inadequado e até problemas mentais.

Por isso, é importante que, antes de fazer qualquer julgamento ou “diagnóstico” do seu filho. E, mais, antes de lhe enfiar “goela abaixo” colheres e colheres de comida, procure ajuda especializada! Nem sempre a compleição fininha do seu pequenino é causada por falta de comida ou boquinha preguiçosa, mas pode, por exemplo, ser resultado de intolerâncias alimentares que provocam má absorção de nutrientes e favorecem a magreza.

Crédito da imagem: LooseEnds – Retirado do Flickr em licença Creative Commons

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